Pages

quarta-feira, 11 de março de 2009

ELISÂNGELA EVA APARECIDA DE FREITAS

O TRABALHO DE “MARCOS RIBEIRO”:







TRANSCURSO POÉTICO - FILOSÓFICO DE UM ARTISTA DE
GUARULHOS COMO PONTE PARA MINHA AUTO-REFLEXÃO







CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DE SÃO PAULO - UNIMESP
GUARULHOS – 2008
ELISÂNGELA EVA APARECIDA DE FREITAS





O TRABALHO  DE “MARCOS RIBEIRO”:
TRANSCURSO POÉTICO  -  FILOSÓFICO DE UM
ARTISTA DE GUARULHOS COMO PONTE  PARA
MINHA AUTO-REFLEXÃO






Monografia apresentado à UNIMESP para

obtenção de certificado     e   Conclusão de

Curso de Licenciatura de Educação Artística

sob a orientação do Prof. Dr. Gazy Andraus





 CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DE SÃO PAULO -UNIMESP

GUARULHOS – 2008






Ficha Catalográfica


FREITAS, Elisângela Eva Aparecida de

O trabalho de “Marcos Ribeiro”: Transcurso poético – filosófico de um artista de Guarulhos como ponte para minha auto reflexão / Elisângela Eva Aparecida de Freitas; orientador: Prof. Dr. Gazy Andraus.
São Paulo: UNIMESP, Departamento de Educação Artística, 2008. 31 f.; T
TCC - Unimesp, Departamento de Educação Artística.
1. Memorial 2. Arte 3.Surrealismo 4.Autodidatismo 5. Guarulhos



DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao artista Marcos Ribeiro pela inspiração e a todos que lerem com atenção e respeito



AGRADECIMENTOS


Ao meu orientador e mestre Gazy Andraus, por todo apoio durante esse tempo.
Ao Marcos Ribeiro, pela compreensão, paciência e toda sua dedicação para um trabalho inspirador.



“A arte progressiva pode ajudar as pessoas,não somente sobre as forças objetivas em ação na sociedade na qual elas vivem, mas também sobre as características intensamente sociais de suas vidas interiores. No final das contas, isso pode impulsionar as pessoas para emancipação social”
[Salvador Dali]




RESUMO

Como estudante de artes, e moradora de Guarulhos, tenho percebido que há uma necessidade em haver uma maior valorização do artista na região em que vivo. Por essa razão a presente dissertação visa valorizar seus trabalhos, apresentando uma visão artística do guarulhense Marcos Ribeiro, que une à arte surrealista, alguns aportes filosóficos, a dedicação às poesias, além de possuir uma visão crítica sobre a arte contemporânea.
Marcos Ribeiro tem como tema figurativo principal os olhos, como forma de um mundo paralelo, em que a anormalidade surge criando um universo irreal de sua imaginação. Além disso, o autor discorre acerca de suas influências artísticas durante o curso de artes realizado na UNIMESP. Todo esse apanhado tece considerações acerca da importância do caminho educacional e profissional de um artista, bem como a limitação regional a que se circunscreve o artista, como no caso, Marcos Ribeiro, e culmina em auxiliar ma minha própria reflexão pessoal, como ser humano, mas também como profissional na área da educação.

Palavras-chave: memorial – arte – surrealismo – autodidatismo – Guarulhos



SUMÁRIO

Introdução. 09
CAPÍTULO 1
A TRAJETÓRIA DE MARCOS COM A ARTE
1.1 Primeiro contato. 12
CAPÍTULO 2
AS INFLUÊNCIAS QUE DESPERTARAM MARCOS RIBEIRO
2.2 Pensamentos filosóficos que influenciou Marcos. 14
2.3 Nietzsche, inspiração de Marcos Ribeiro................................15
CAPÍTULO 3
O SURREALISMO DE MARCOS RIBEIRO
3.1 O Interesse Surreal e as suas obras como ponto de partida. 21
3.2 A Poesia. 26
CAPÍTULO 4
DAS OBRAS À REFLEXÃO
4.1 Auto reflexão como referência de um artista de Guarulhos. 28
Considerações finais. 29
Referências Bibliográficas. 31




Neste trabalho será apresentado um memorial referente ao artista e educador guarulhense como parte da minha auto-reflexão.
É importante ressaltar as qualidades de um artista que possui um pensamento surrealista-filosófico como as de Marcos Ribeiro cujo trabalho me impulsionou a reflexão à vida acadêmica.
A princípio meu percurso do curso de artes era completamente diferente do que imaginava. Sem conhecimento mais abalizado, imaginava que ao fazer minha matrícula no curso de Educação Artística iria aprender a desenhar, mostrando meus trabalhos realizados ao longo dessa trajetória acadêmica e que eu pudesse ensinar, futuramente aos alunos a desenvolver sua criatividade através dos desenhos.
Cursando e desenvolvendo as variadas linguagens em artes, pude perceber que tudo era apenas imaginação da minha própria cabeça, não passando de uma “doce ilusão”.
Ao visitar uma exposição no Museu de Arte de São Paulo-MASP, percebi que não tinha conhecimento sobre a visão artística, apenas o que era passado na televisão ou em livros didáticos que lia por interesse próprio.
Alguns professores do Centro Universitário Metropolitano de São Paulo - UNIMESP ensinaram-me a entender o significado dessas linguagens artísticas e alguns contextos históricos da arte, assim como diversas técnicas na prática.
Faço essa afirmação, que além de desenvolver minha própria criatividade, aumentou ainda mais meu senso-crítico.
Com um convite a uma exposição da professora Sálua Guimarães, tive a oportunidade de conhecer várias obras de um artista de Guarulhos. Até então não conhecia seus trabalhos e nem imaginava que poderia mudar algumas idéias que tinha sobre a filosofia e a arte surrealista. Observando atentamente cada obra, ficava pensando como poderia ter feito pinturas tão perfeitas e difíceis a serem compreendidas.
Mesmo sem saber qual era a intenção de seus trabalhos, me instigou uma vontade enorme de conhecê-lo.
Com um convite via e-mail consegui através de uma amiga da própria universidade, a oportunidade de conhecer Marcos Ribeiro pessoalmente e descobri algo surpreendente sobre o surrealismo e o saber “pensar”, refletindo e compreendendo o mundo através de suas ideologias filosóficas.
Todo esse contexto aponta a importância do surrealismo junto com suas poesias à expressão do sentimento para o comportamento humano, que causa “um certo” estranhamento nas pessoas.
Com um estudo mais aprofundado, busquei explicar o significado de suas idéias para:
a) Incursionar numa auto-reflexão de meu trajeto por meio referencial que me influencia, apontando a relevância das idéias do pintor e do autor Marcos Ribeiro;
b) Questionar a sua relação à arte contemporânea, mas não focalizando apenas nesse assunto e o fato de atuar profissionalmente tanto na arte como de um professor de licenciatura artística.
Para conseguir realizar o trabalho sobre as obras de Marcos Ribeiro, fiz algumas entrevistas pessoalmente, utilizando como meio de comunicação o e-mail, e para entender as idéias filosóficas que ele implantou na maioria de seus trabalhos junto com o surrealismo busquei referências bibliográficas.
Portanto, é um trabalho que consta de 4 capítulos, sendo que o primeiro apresenta a trajetória de sua vida, desde o primeiro contato com a obra de arte à vida acadêmica onde abriu vários caminhos à reflexão.
No segundo capítulo exemplifico as influências de Marcos Ribeiro onde realiza seus trabalhos para o comportamento humano que é no caso a filosofia. No terceiro capítulo será falado de suas obras e sua poesia, e o último capítulo relatarei minha reflexão da trajetória de vida, meu interesse pelos seus trabalhos e o que me ajudou através da arte de Marcos Ribeiro.


TRAJETÓRIA DE MARCOS COM A ARTE


“É mais útil um pensador dizer pouco e não nos levar a lugar algum;
do que um erudito dizer muito e nos conduzir a lugares fechados.”
Marcos Ribeiro

Primeiro contato

Marcos Ribeiro nasceu em Guarulhos no dia 04 de Dezembro de 1969, já aos 9 anos de idade desenhava com muita precisão. Interessado, procurava desenhos que chamavam sua atenção, e na escola era o centro das atenções dos professores.
Aos 20 anos estudou técnicas de desenho para seu aperfeiçoamento, na escola livre de artes “Pró-Art”, passou algum tempo estudando os artistas clássicos como Caravaggio, Constable, Da Vinci, dentre outros, visitava museus para observar cada detalhe das pinturas dos velhos mestres. Durante esse período dedicou-se à pintura acadêmica, enquanto se interessava por literatura clássica e poesias.
Trabalhou na FIG em 2005, (atual UNIMESP/UNIFIG) durante dois anos e meio, e através desse trabalho teve muitos contatos com professores, no curso de artes, do qual foi convidado a participar de uma exposição coletiva onde para sua surpresa foi eleito e homenageado. Não agüentando tanta pressão, se desligou da Universidade, sendo que para se sustentar pintou durante muito tempo quadros no centro de São Paulo.
Neste período não tinha poética (segundo ele), pintava “academicamente”.
No ano de 2004 resolveu cursar artes e ao mesmo tempo foi cursar Letras que durou apenas um ano. A partir desse curso teve contato com filosofia, literatura e poesia no qual se envolveu. Com a arte desenvolveu ainda mais as técnicas relacionadas ao curso, conhecendo um professor de psicologia que o inspirou e motivou: Valter A. Rodrigues, além de outro, o professor Jardel Cavalcante que também virou um grande amigo filosófico.
Quando o professor Valter apresentou na sala de aula a negação da própria psicologia, Marcos Ribeiro ficou intrigado por um professor formado na área negar a própria.
Esse professor o fez entender as ideologias de Spinoza, e a partir desse interesse estudou cada vez mais para entender a filosofia, conhecendo então grandes filósofos que inspiram em seus trabalhos.
Autodidata começou a desenhar e pintar quadros surreais, após ter conhecido os professores da universidade, aprofundou muito mais seu conhecimento sobre o surrealismo, já que lia há algum tempo algumas bibliografias por interesse próprio, Marcos Ribeiro também desenvolveu ainda mais seu processo criativo. Essa é uma das primeiras obras da fase acadêmica, que foi exposta no primeiro semestre quando cursou arte na FIG (Atual UNIMESP), na semana de arte de 2004 (fig. 1)



.

Fig.1 Vaso com flores - óleo sobre tela



2. AS INFLUÊNCIAS QUE DESPERTARAM MARCOS RIBEIRO


“A arte deve antes de tudo e em primeiro lugar embelezar a vida, fazer com que nós próprios nos tornemos suportáveis e, se possível, agradáveis uns aos outros[...]
[...] deve proceder desse modo especialmente em vista das paixões e das dores e angústias da alma.”

Friedrich Nietzsche


2.2 Pensamentos filosóficos que influenciou Marcos
Quando o então professor da UNIFIG, Valter A. Rodrigues, apresentou a filosofia de Spinoza, Marcos Ribeiro se envolveu profundamente às ideologias de Spinoza, Nietzsche além de outros grandes filósofos. Começou a entender que a filosofia é uma outra forma criada pelo homem para entrar em fusão com o absoluto.
Para Marcos, a filosofia tem como ponto de partida á dúvida, o voltar a ser criança para novamente perguntar o porquê de tudo. Filosofia que temos acesso pelos grandes filósofos, que ao contrário dos lideres religiosos não nos ensinam verdades, mas como procurá-las, fazem desmontar nossos próprios pensamentos para criar o novo, livre de poluição, destruir o mundo que construíram para nós, para sermos os criadores de um mundo renovado. Onde só um há um mestre a ser seguido: a nossa própria alma. Ser filósofo é fugir do rebanho e se tornar uma ave, para ver tudo de cima. Para assim dizer o que Goethe disse quando pisou em Roma: “enfim vou Nascer[1]”. Agora sou um livre pensador.
A questão que Marcos se refere ao Spinoza é a relativa ao Panteísmo, ou seja, para ele não existe um Deus, pois tudo que acontece é pela lei da natureza, assim como ele atribui em suas obras. Ele não segue um método, sua arte flui dentro do seu eu interior.
Segundo Marcos Ribeiro: “Eu escrevo e pinto minhas obras, assim como o céu chove, pois ninguém nasce feio ou bonito por que escolhe”[2].
Spinoza concebeu a forma mais completa e elaborada do panteísmo, em que Deus é naturante, a natureza é naturata (natureza gerada ou criada). O universo não só é a emanação e manifestação de Deus, mas sua própria realização, na ordem de todas as coisas (Silva)[3].
As características do trabalho de Marcos Ribeiro são inspiradas em suas filosofias e suas filosofias são inspiradas em suas poesias, sempre dando continuidade a todo legado que os gênios deixaram para a humanidade, como exemplo, os clássicos.

2.3 Nietzsche, inspiração de Marcos Ribeiro

Após ter conhecido os pensamentos de Spinoza e ter um envolvimento mais aprofundado com a filosofia, Marcos Ribeiro conheceu as ideologias de Friedrich
Nietzsche no qual se apaixonou, para questionar e entender o significado sobre os valores que a sociedade impõe.
Marcos Ribeiro comenta em sua entrevista que Nietzsche foi influenciado por Schopenhauer, um filósofo que busca um espírito livre, sem moral, mas Nietzsche se
afasta do filósofo por adquirir um pensamento muito pessimista. No entanto, Nietzsche argumenta muitas vezes em suas filosofias o que é certo ou errado, mal ou bem, além de
ser um homem que não crê em Deus, pois tenta se superar a si próprio diante de
qualquer problema. É um filósofo que mesmo sofrendo, busca valores para viver feliz,

dentro de sua filosofia.
Marcos Ribeiro acha espetacular tudo que ele faz através do pensamento de Nietzsche,
onde cria sempre a superação da vida, por isso seu pensamento é criar seus próprios valores, sem se importar com que os outros pensam a respeito dele, superando suas angústias e seus medos através dos trabalhos poético-surrealista.
Quando Marcos Ribeiro, cita várias vezes que Nietzsche é sua inspiração significa que
abriu em sua mente novos horizontes, explicando também o motivo do qual virou ateu, esse artista não tem poesias e pinturas voltada apenas para o filósofo, mas tem alguns trechos que fazem entender as ideologias de Nietzsche.
Marcos Ribeiro escreveu um postado explicando o motivo do qual virou ateu:
“Sou ateu”. Não acredito em Deus, diabo, inferno, paraíso, macumba, exu, encosto, reencarnação, e todo tipo de muleta para suportar e justificar as angústias da existência humana. A minha dúvida começou a partir da leitura de Nietzsche, especificamente ao ler uma frase do livro Ecce Homo, eis a frase: “A gramática é uma convenção”, foi aí que comecei a pensar: tem pêlo nesse ovo! Porque, se a gramática é uma convenção, logo deus é uma palavra, uma idéia que se convencionalizou ao longo dos tempos.
Depois minha dúvida foi reforçada por Freud, com o que ele diz sobre a construção do espírito, de como se constrói a subjetividade de uma criança, e como as coisas que foram colocadas nas nossas mentes, nos acompanham até a idade adulta, ficou óbvio que Deus é apenas uma idéia.

Dando continuidade às próprias palavras ao artista Marcos Ribeiro, mesmo sendo ateu foi a partir de uma leitura do filósofo Nietzsche, que ele que começa a questionar a existência de Deus como sendo uma idéia que foi atribuída durantes anos até os dias de hoje. Suas dúvidas se reforçam pelos argumentos de Freud, pois a construção do “espírito” foi colocada pelos homens, desde o nascimento, até nossa morte, “como uma tradição”.
Assim, depois dessas revelações fui pesquisar mais, e em O anticristo, A Gaia Ciência e Humano demasiado Humano de Nietzsche, ficou mais claro como se cria nas massas uma verdade a ser seguida sem nenhuma contestação.
Mas não parei por aí, na história, no declínio do Império Romano, é nítido que o Imperador Constantino ao fundar a primeira igreja cristã (sem ser cristão) não passou de uma jogada política, uma ultima desesperada tentativa de manter o poder, poder que com a queda do Império foi transferida para Igreja Católica Apostólica Romana, que governou o mundo no longo período da Idade Média, ou Idade das Trevas, com as caças às bruxas, a santa inquisição, ou seja, quem era contra as idéias da igreja virava carvão na fogueira.
A antropologia também mostra como foi criado mito após mito, até chegarmos nestes de hoje.


Com algumas pesquisas que Marcos Ribeiro pesquisou e analisou, ele afirma que a história antiga da igreja foi construída como império justamente com uma jogada política, por interesses próprios e tudo que ocorria de errado ou argumentos contra as ideologias da própria igreja era considerado um pecado mortal, sendo julgado de forma cruel, até chegar à morte. Isso mostra que o conceito da religião foi criado de forma utópica, para Marcos. Tudo isso contribui para um pensamento de um artista questionador, que não aceita dogmas sem buscar explicações e contestações.
E foram tantos que provaram e disseram: Hei, acordem papai Noel não existe, como foi o caso de Bertrand Russell, Michel Foucault, Sartre entre tantos outros, como por exemplo, no tratado anônimo de séculos atrás, o Tratado dos três impostores: Moisés, Maomé e Jesus Cristo, os três que se apresentaram os desesperados e ignorantes como o filho de Deus, o caminho a ser seguido, a luz, a verdade, a vida, o salvador de todos, não se tratam de dementes – diz o tratado –megalomaníacos e charlatões sem nenhum escrúpulo?Não menos diferentes do Papa, bispo Macedo, Chico Xavier ou os ditos filhos de Ogum, Iansã, Oxum e sei lá mais o que?
Que se dizem ser procuradores de tais superiores imaginários e entidades, para um único propósito, dinheiro! Santo, Dai-me dinheiro! [SIC]

Marcos de fato argumenta que muitos enganadores exploraram a fé do povo e exploram até hoje por tais desesperos, por um simples motivo: interesses alheios (apesar de que não haja nenhum indício de que, ao menos Chico Xavier tenha logrado êxito financeiro, pois é sabido que seu auxílio às pessoas não era cobrado).
Hoje, sem precisar estar preso ao cordão umbilical da superstição, não virei cético, niilista ou pessimista, amo a vida, acredito no humano, num mundo melhor, continuo respeitando meu próximo, acredito no amor, no romantismo, na arte e melhor, aceito a vida e sei que se sofro é responsabilidade minha não do diabo e, somente eu posso encontrar a saída e que o sofrimento não é exclusividade da minha vida, mas de todos humanos, inclusive os crentes.

Deixa claro à Marcos Ribeiro que é ateísta, mas não propõem nenhum confronto e nem está atacando as crenças, ou seja, não questiona em hipótese alguma a fé de ninguém: o seu ateísmo é apenas o modo de como ele vê a vida, fazendo uma apologia à liberdade do pensamento para as próprias verdades. E tudo que ocorre de errado a ele é mera responsabilidade de seus próprios atos.

Na pior das hipóteses, se existe o inferno sei que irei encontrar todos que viveram por lá, pois como disse Nietzsche: No fundo, não existiu mais que um cristão, e esse morreu na cruz.
O homem é condenado à morte por ter nascido, se fosse pelo pecado original, o que eu teria de a ver com isso?
Qual a minha parcela de culpa por Adão ter comido a maçã da Eva? Por que Deus então criaria o sexo?
Se o homem é imagem e semelhança de Deus, logo Deus também tem sexo. E ali no jardim do Éden, Adão e Eva, nus, não seria óbvio que a sexualidade se afloraria?
Será que Deus não imaginou isto? Afinal, Deus não sabe o futuro?
É claro que Moisés, quando inventou a criação desse modo, quis simbolizar o fruto proibido que seria o sexo, ou então, que mal teria comer uma simples maçã, a ponto desse pequeno ato condenar milhões de pobres, almas a viverem no inferno do mundo e depois no inferno eterno? Por não terem seguido os rígidos mandamentos políticos judaicos, e posteriormente cristãos?
E assim perdura até hoje: a palavra, a verdade. Incontestável, inquestionável.
Um manual para aproveitadores, tiranos e facínoras ficarem milionários e manterem a ordem (basta ler na história como foi construído o império do Vaticano).
Hoje, na era do capitalismo desenfreado e midiático, é simples ganhar dinheiro à custa do sofrimento alheio, basta ter o talento da argumentação e da retórica e aprender a selecionar os aforismos bíblicos.

O artista Marcos Ribeiro levanta várias questões sobre as crenças religiosas, a proibição imposta pelos exploradores. Milhares de pessoas seguem à risca “certos mandamentos do que é certo ou errado, o pecado universal, induzindo-os a aceitar ou crer as argumentações para manter suas economias”. Eis aí a importância do trabalho de um artista, nesse caso, Marcos Ribeiro: seu olhar travestido em suas obras (desenhos, pinturas e poesias) reflete uma visão crítica e pessoal, que pode, ao menos, auxiliar outros na questão de buscar uma consciência mais reflexiva. Eis a importância da educação pela arte (e pelo pensamento do artista). Mas Ribeiro ainda continua:

[...] Se isso é um absurdo, então, quem criou Deus? Essa pergunta nem o mais sábio dos teólogos saberiam responder, somente os ateus: Quem criou Deus? Óbvio, o homem! Nietzsche explica que o homem precisa de ilusões para viver. Isso é natural, afinal, sabermos que nascemos para morrer, que somos cadáveres adiados como diria Fernando Pessoa, aterroriza qualquer um que se conscientiza de sua finitude, mas colocar os pés no chão ao invés de viver no sono dogmático de paraíso, inferno, castigo, pecado e aceitar que tudo que vive tem começo, meio e fim e que o sofrimento faz parte da vida e assim aproveitar cada minuto da melhor maneira possível, com humanismo, ética, paixão, romance, arte, o mundo seria mais habitável, porque se acreditar em Deus traz benefícios. O Brasil que mais de 90% da população se diz crente; não seria um dos mais violentos, um dos mais desiguais, um dos mais preconceituosos, um dos mais corruptos nesse grande paradoxo entre o que se jura acreditar e o que se faz na prática.

O artista finaliza que todo esse processo ilusório é natural, mas para ele natural mesmo é aceitar o sofrimento aproveitando cada segundo de suas vidas, levando em conta a paixão, o romance, à arte, a ética sem precisar está amarrado às doutrinas religiosas.
Critica finalizando que o Brasil tem mais do que a metade de seguidores de uma religião, mas infelizmente com um índice enorme de violência, preconceitos e corruptos que a religião muitas vezes é apresentada apenas na aparência. Assim, Marcos ribeiro reafirma sua posição como artista e questionador.
Um trabalho que chama atenção é uma escultura que tem relação com o filósofo. Com ela, Ribeiro compactua com a frase de Nietzsche “Deus está Morto”

(fig. 2).

                                      Fig.2 O deus dos ateus-Escultura em madeira e arame


Uma escultura que conclui que Cristo não ressuscitou, mas morreu como qualquer outro homem, simbolizando um esqueleto humano na cruz, e a idéia que Deus está morto, apenas vive por conveniência, mas morto pelo capitalismo.
O artista Marcos Ribeiro menciona Nietzsche como o além-do-homem para explicar que é um filósofo que não liga para a morte, e nem doenças, pois tudo na vida é um processo natural. Segundo Marcos Ribeiro: “A cada dia tento chegar ao nível de superação, já superei alguns traumas de infância, alguns medos do escuro que tenho, mas a maior delas é superar a arte”[4]. Outro fator importante dos trabalhos de Marcos Ribeiro é a observação das influências do filósofo Nietzsche onde tem indícios para uma crítica à arte contemporânea, Marcos fez uma paródia dos 10 mandamentos, onde utiliza metáforas para explicar sua contextualização. Cita o Nome de Duchamp nesses mandamentos porque enxerga que a arte contemporânea se tornou metafísica:

“1. Eu sou DUCHAMP, teu Deus [Elo. hím], que te fiz sair da terra Da França, da casa dos escravos. Não terás outros deuses em desafio a Mim [o Deus de Beuys].


2.Não farás imagens, pintadas ou esculpida [em hebraico péshel], referindo-se a arte, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas
águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes prestará culto, por que eu, Duchamp, teu Deus, sou Deus zeloso ["Deus que exige devoção exclusiva" ou ‘Deus ciumento’;
em hebraico El qan.ná e em grego Theós zelotes], e que puno o erro dos pais nos filhos até sobre a terceira geração e sobre a quarta geração dos que me odeiam, mas que uso de benevolência para com até a milésima geração dos que me amam e que guardam os meus mandamentos.
3.Tomarás o nome de Duchamp, teu Deus, em vão [ou "dum modo
fútil", blasfêmia], pois Deus considera impune aquele que tomar seu nome em vão.
4.Lembra-te do dia da Bienal, para o santificar. Dois anos trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas no segundo ano é o da bienal [emhebraico, bietnaluh] de Duchamp, teu Deus. Nesse dia não farás
trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo,
nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas.5.Honra a teu pai e a tua mãe Lygia Clarck e Hélio Oiticica, a fim de que os teus dias se prolonguem sobre o solo de Duchamp.6.Não assinarás [ou cometer arte, em hebraico lo ars it assins].7.Não cometerás adultério [em hebraico lo tin.àf]. Amar a arte de Caravaggio. 8.Furtarás as idéias dos grandes artistas e cometerás o pastiche.9.Não levantarás falso testemunho contra teu próximo artista contemporâneo.10.Cobiçaras [em hebraico, lo thahh.módh] a arte do teu próximo, a privada do teu próximo, o guarda-chuva, o fusca, o touro, o jumento, e qualquer coisa que pertença a antiarte do teu próximo”[5].



3. O SURREALISMO DE MARCOS RIBEIRO

“A mente adora imagens cujo significado é desconhecido,
uma vez que o próprio significado da mente é desconhecido”.
René Magritte

3.1 O Interesse Surreal e as suas obras como ponto de partida

Marcos Ribeiro sempre se interessou pelos artistas clássicos, pintando desde a tradição clássica á técnicas da arte moderna, mas seu principal tema é o surrealismo em que sempre demonstrou afinidade, antes de cursar Artes na UNIMESP (antiga FIG.), Marcos já fazia pinturas surrealistas. Curioso, lia livros sobre o surrealismo para
entender seu significado, após ter observado as pinturas dos grandes artistas como
Salvador Dali e Magritte, Marcos comenta que teve o “eterno acaso dos encontros”,
(frase inspirado pelo filósofo Spinoza), ou seja, a imagem desses artistas o afetou como se fosse uma mistura de dois corpos, fazendo com que Marcos tivesse a necessidade de fazer a arte surrealista.
O surrealismo foi criada em Paris em 1917, pelo escritor Apollinaire, no entanto só em 1924, no Manifesto do surrealismo, que foi lançado o movimento surrealista pelo escritor André Breton e seu amigo Philippe Soupault [...].
[...] Breton usou a palavra surrealismo para descrever as práticas literárias e artísticas dele próprio e de seus amigos (BRADLEY, 1999, p. 6-7).

Marcos Ribeiro cita também como referência em seus trabalhos surrealista o psicanalista Sigmund Freud:
A obra de Freud forneceu a Breton e ao surrealismo um contexto e um vocabulário com os quais poderiam conduzir suas investigações acerca do automatismo na fala, na escrita, e na produção de imagens. O trabalho sobre os sonhos e o desenvolvimento psicossexual do indivíduo embasavam a busca surrealista por uma parte ligada ao inconsciente [...]
[...] A escrita e a fala automatizadas do surrealismo imitavam os métodos que Freud empregava para levar um paciente a lhe contar seus sonhos [...] essas estratégias inconscientes eram conscientemente adotadas pelos surrealistas como um modo de pintar o inconsciente nos quadros e assim encontrar o equivalente pictórico da poesia automática (BRADLEY, 1999, p.31).

[...] Para Freud, as imagens oníricas serem em sua maioria sexuais encantou os jovens surrealistas [...] Breton menciona, Arnim, Holderlin e Novalis como espírito revolucionário, em que nada seria por trás desses românticos o ponto fundamental para atingir a meta que aspirava ao surrealismo: potencializar o poder criativo do homem para conseguir a revolução interior que permitiria, finalmente, experimentar a liberdade espiritual. Os meios para abordar o mundo interior a psicanálise já os oferecia (Coleção gênios da arte, 2007, p. 33-34).

Marcos Ribeiro tem uma constante busca por perguntas que não trazem respostas conclusivas. Devido a este fato, o surrealismo de Ribeiro transcende o imaginário, abrindo as portas que integram o consciente com inconsciente. Seus trabalhos artísticos fazem imaginar o segmento das obras de Salvador Dali e magritte.

Segundo Marcos Ribeiro:

“O trabalho de Salvador Dali chama atenção pela incrível combinação de imagens excêntricas como a deformação e onírico na maioria de suas obras, tendo como método-paranóico-crítico” [6].

Esta é uma obra de Marcos Ribeiro que desperta um interesse grandioso, ao olhar atentamente ao fundo de sua pintura verifica-se uma paisagem e ao mesmo tempo o artista Salvador Dali (Fig.3).
                                            Fig.3 Olhar paranóico-crítico - óleo sobre tela


Tal método, segundo Ribeiro, tratou de formalizar, de maneira concreta, os fenômenos delirantes e as associações, até conseguir o triunfo da idéia obsessiva.

Dalí decidiu simular uma paranóia e interpretar equivocadamente, de propósito, tudo que via a fim de poder utilizar-se dos equívocos resultantes como base para a pintura. Frequentemente, os paranóicos estão convictos de ter visto a mesma coisa muitas vezes, em diferentes lugares, pois projetam o mundo às próprias imagens mentais [...] Definiu-o como método paranóico - crítico de Dalí para reordenar o mundo conforme suas obsessões interiores, tal qual um paranóico. Os limites entre o real e o imaginário então se tornavam ambíguos, e seus quadros passaram a representar o espaço do sonho ou do maravilhoso, um espaço onde tudo que se vê é potencialmente outra coisa. (BRADLEY, 1999, p. 39-41).

Esta é uma obra de Salvador Dali que frisa o método – paranóico – crítico em que ele mesmo fantasia, este método envolve várias formas e significados, reproduzindo imagens do inconsciente. E ao olhar fixamente dá uma dupla imagem de um rosto de uma mulher e ao mesmo tempo grupos de pessoas (Fig. 4).

Fig. 4 Paranoic Visage - Pintura de Salvador Dali


No Surrealismo, a fusão do duro e do mole deixa de ser
experimentada como antinomia; o inconsciente e consciente, o sonho e a vigília fundem-se numa super-realidade (a surrealista) na qual toda contradição humana fica aceita. No método daliniano, o mole é a paranóia e o duro, a crítica. É o ponto de encontro da imaginação delirante com a razão, um conceito que justifica a arte como o espaço idôneo para a livre expressão da fantasia e a razão, que permite assim veicular aspectos conscientes e inconscientes, simbólicos e arquetípicos, da humanidade (Coleção gênios da arte,2005, 52).

[...] Outros fatores da linguagem “daliniana” são identificados com seis categorias de objetos surrealistas: objetos de funcionamento simbólico (origem automática); objetos transubstanciados (origem afetiva); objetos a ser projetados (origem onírica); objetos embrulhados (fantasias diurnas); objetos mecânicos (fantasias experimentais), e objetos moldados (origem hipnagógica) (BRADLEY, 1999, p. 39-41).

Já nos trabalhos de René Magritte, as obras contêm um realismo mágico, em que há na grande maioria de suas obras, inversões com atmosfera da realidade. Magritte foi de fato um surrealista, mas também um pensador. O seu trabalho é sempre complexo e obriga ao raciocínio, à interpretação e ao estudo. Os quadros de Magritte não podem ser simplesmente vistos. Precisam ser pensados. Todo o surrealismo tem um trago de loucura que revela toda a genialidade (Willer, 2001)[7] .

Outro fragmento importantíssimo do artista Marcos Ribeiro como surrealista, é a sua característica forte que desafia nos admiradores infinitos pontos de interrogações.
Os olhos figuram o tema fundamental em seus trabalhos, pois neles é representado o elemento obsessivo, trazendo consciência da angústia que habita em nossa mente. Marcos cria mutações em suas pinturas para fazer o público refletir.
Um dos temas mais importante de seus trabalhos é a obra Fases (olho, vida e morte), (Fig. 5).

Fig.5 Fases (Olho, vida e morte) óleo sobre tela


Fases (Olho, vida e morte); Uma das mais surpreendentes dessas imagens que têm o olho como tema central é a obra Olho vida e morte, que nos remete às tensões filosóficas de um pintor como Edward Munch, com sua angustiosa reflexão sobre a vida e a morte.
De dentro do próprio olho de uma pessoa narra-se a trajetória biológica de uma vida numa fusão de imagens que se compõem e se decompõem como elementos dessa narrativa. Entre a íris e a pupila do olho surgem, como que guardadas dentro de um óvulo cósmico, a fonte primeira da vida, os espermas, o feto já constituído e o próprio símbolo da destruição: a caveira. O episódio é construído nos fazendo pensar na idéia shakespeareana de que a vida é um sonho que dura apenas um piscar de olhos. (Jardel Dias Cavalcanti, 2008).


3.2 A Poesia
Marcos Ribeiro, aponta a importância das pinturas surrealistas junto à suas poesias, expressa o sentimento ao comportamento humano. Há uma obra chamada “dupla arte”, que observei em sua exposição, tendo sido uma das obras que admirei muito, cuja composição é cheia de detalhes: tratando –se de uma metalinguagem de um lado tem uma carta com a poesia de Marcos Ribeiro e do outro o livro do Goethe com o tema Os Sofrimentos do Jovem Werther. Este livro conta a primeira fase romântica da época, onde sua paixão chamada Charlotte, que se casa com outro homem chamado Alberto. É uma história infeliz que parte para um suicídio do jovem Werther com um tiro na própria cabeça. Quando foi publicado na Europa causou vários suicídios naquela época, motivo pelo qual tentaram proibir sua circulação.
Marcos Ribeiro tenta se suicidar dentro da arte (de forma metafórica), publicando uma arte - poema
(Fig. 6).
  Fig.6 Dupla arte –Marcos Ribeiro -60x80.2007.óleo sobre tela


PALAVRAS

De tudo o que restou, depois do amor promissor. De tudo o que restou...

O coração que sangra.
A frase escrita na parede, que ainda não tive coragem de apagar.

Lá no fundo a esperança que tudo volte a ser como era antes,

mas ao mesmo tempo a certeza que tudo chegou ao fim é mais forte.
Hora de começar vida nova,
mas ainda estou preso na vida velha.

Os poemas que escrevemos quem sabe um dia servirão para alguma alma que amou,

como nós nos amamos, e quem sabe essa alma não terá mais sorte que nós.
Nos amamos, cada um a seu modo.
Só dava certo quando estávamos juntos.
Quando separados as diferenças nos fazia agredir um ao outro.

Eu não acreditava nela e ela não acreditava em mim.

Talvez por que amar tanto parecesse mentira.

Ah! O tempo.

Leve o amor para longe de mim.
Amor foi um prazer conhecê-lo,
mas prefiro conviver com seu parente mais próximo:
O vazio.


4. DAS OBRAS DE MARCOS RIBEIRO À REFLEXÃO

“A arte é contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza
e descobre que ela também tem uma alma. E a missão mais sublime
do homem , pois é o exercício do pensamento que busca compreender
o universo, e fazer com que os outros o compreendam.”
August Rodin


4.1 Auto-reflexão como referência de um artista de Guarulhos


Ao visitar uma exposição do artista Marcos Ribeiro, estimulou-me extrema curiosidade, além de uma intensa reflexão em relação aos seus trabalhos. Marcos utiliza em suas obras artísticas a arte surrealista, as poesias e a filosofia na qual muitas vezes argumenta o comportamento humano, a vida e a morte.
Mesmo gostando da arte surrealista, Marcos me ensinou a entender o que é o surrealismo e o significado da filosofia, além de me auxiliar como profissional na área da educação.
Para mim, as idéias de Ribeiro completam a arte, e me fazem refletir minha própria trajetória de vida, me possibilitando uma compreensão melhor do mundo. Marcos Ribeiro de fato despertou em mim uma paixão pela arte surrealista dando a oportunidade de vivenciar minha própria imaginação: é como se eu estivesse bem longe do meu corpo, podendo imaginar que estou caminhando sem destino e em lugares distante, afastada de todos os problemas.
Associado a isso, meu despertar durante o curso de Educação Artistica (que me deu a conhecer os trabalhos de Ribeiro), têm contribuído para minha inteireza como ser humano.

Considerações Finais


Finalizando este trabalho - uma monografia sobre os trabalhos de Marcos Ribeiro que utiliza o surrealismo -, que causa certo estranhamento nas pessoas, tanto por um trabalho filosófico bem pessoal, como por uma obra que mescla pintura e poesia.
Por essas questões percebe a importância desta abordagem, salientando sua arte e vida como ponto estratégico à reflexão, enquanto Ribeiro tem um pensamento voltado para si mesmo, e como conseqüência busca com um olhar particular (calcado em outras influências), o sentido da arte.
Marcos Ribeiro ilustra na maioria de seus trabalhos, os olhos, como forma de um mundo paralelo, em que a anormalidade surge, criando dessa forma um universo irreal de sua imaginação: os olhos em suas pinturas são representados como elemento obsessivo.
Como um artista autodidata, a formação universitária completou ainda mais seu conhecimento, através de algumas leituras indicadas pelos professores de artes que chamavam sua atenção.
Suas obras em salas de aula, na disciplina de Educação Artística, ajudam os alunos a partirem de uma visão mais crítica e com mais argumentos, pois tentarão buscar respostas através de novos conceitos no conteúdo em arte.
Portanto, expresso através dessa monografia que o artista-educador formado na Fig. (atual UNIFIG/UNIMESP), Marcos Ribeiro, contribuiu como uma grande referência para minha formação em artes, conhecendo suas ideologias através de seus próprios trabalhos.
O trabalho e vida de Marcos Ribeiro expressam, assim, a arte de um autêntico artista, que pode e deve ser estudado nas escolas e faculdades de artes, no caso, na de Guarulhos, por suscitar reflexões e apontar os caminhos de um artista: na arte-educação este é um ponto importante que precisa ser melhor explorado.











Referências

BRADLEY, Fiona, Movimento da Arte moderna/ Surrealismo, [tradução Sérgio Alcides]. São Paulo, SP: Cosac & Naify, 1999.

COLEÇÃO folha grandes mestres da pintura. SALVADOR Dali. [tradução Martín Ernesto Russo]. Barueri, SP: Sol, 2007.

COLEÇÃO gênios da arte. SALVADOR Dali. [tradução Mathias de Abreu Lima Filho]. Barueri, SP: Girassol; Madri: Susaeta Ediciones, 2007.

SILVA, Sidereus Nuncius da.Enciclopédia da Filosofia. Disponível em: <http://www.encfil.goldeye.info/panteismo.htm%3e.-Acesso em 30 de Maio de 2008, 00:15:38.

WILLER, Cláudio. Atualidade e subversão, Araraquara, 2001. Disponível em: <http://www.triplov.com/surreal/willer_poetica.htm>. Acesso em 22 de Maio de 2008, 16:28:18.

[1] DALI, Salvador. Diário de um Gênio, Paz e vida
[2] Entrevista pessoal, fornecido no dia 05 de Março de 2008 ás 16h02min na UNIMESP.
[3] ClÁUDIO Willer Adaptação de palestra apresentada no Congresso Internacional: O SURREALISMO: ATUALIDADE E SUBVERSÃO, Araraquara,2001.

[4] Entrevista pessoal, fornecido no dia 15 de Setembro de 2008 ás 20h15min a UNIMESP.

[5] http:// criticaaarte.blogspot.com
[6] Entrevista pessoal, fornecido no dia 05 de Março de 2008 às 16h25min na UNIMESP.
[7] CLÁUDIO Willer, Adaptação de palestra apresentada no Congresso Internacional: O SURREALISMO: ATUALIDADE E SUBVERSÃO, Araraquara, 2001.